Formigas voltam a invadir a Fraga da Pena em Fornos de Algodres

Depois do sucesso alcançado com a “Rota das Formigas” e com a “Lenda da Fraga da Pena” em 2010, a iniciativa voltou a repetir-se em 2011 para comemoração das Jornadas Europeias do Património tendo reunido, no passado dia 17 de Setembro, cerca de três centenas de participantes em Fornos de Algodres.

A Confraria da Urtiga e a Câmara Municipal de Fornos de Algodres, entidades organizadoras deste evento, obtiverem este ano o apoio da ADRUSE – Associação para o Desenvolvimento Rural da Serra da Estrela, oferecendo aos participantes um programa inovador de descoberta de novas formas de aproximação física e emocional das pessoas ao seu património.

O encontro dos participantes deu-se pelas 20h30m na freguesia de Sobral Pichorro, onde o arqueólogo António Carlos Valera começou por revelar alguns aspectos interessantes associados à história da Capela do Santo Cristo, enquanto a Junta de Freguesia local dava a conhecer o património dos sabores tradicionais, em farta mesa onde não faltou o famoso queijo da serra.

Pelas 21h30 deu-se início à caminhada envolvendo pessoas de todas as idades e interesses que teimaram em desvalorizar os alertas feitos pela Organização sobre as dificuldades do percurso, e se dispuseram a vencer arriscadas subidas até à Fraga da Pena, a uma altitude de 749m.

Um guia local (Fernando Fernandes) e elementos da Confraria da Urtiga, da Junta de Freguesia de Sobral Pichorro, dos Bombeiros Voluntários e da GNR ajudaram os caminhantes a percorrer em segurança, uma Rota que acabou por demorar cerca de duas horas, sem acidentes dignos de registo.

Uma vez chegados à FRAGA DA PENA, sítio emblemático do património local, os participantes foram convidados a embarcar numa outra expedição ao mágico mundo da mitologia, desta vez guiados por Ted Costa (Nuno Paulino) personagem suposto folclorista, que, com a sua equipa (ARTELIER? – Companhia das Artes e Animação e Teatro de Rua) e com a participação de vários elementos da comunidade local, realizaram um interessante e inovador espectáculo de Cine-Teatro Musical que, apesar do frio, aprisionou a plateia até ao final.

A verdade é que a Fraga da Pena continua a exercer um fascínio sobre muitos dos que a visitam constituindo-se como palco ideal para a interacção comunitária e para o reforço de identidades colectivas, papel semelhante ao que terá desempenhado há cerca de 4200 mil anos, quando se constituiu como lugar de ocupação e significado especial para as comunidades que viviam no actual território do concelho de Fornos de Algodres.

Hoje, a Fraga é memória e continua a ser palco para a construção de memória.