Inauguração do Centro de Atividades Ocupacionais

O Secretário de Estado da Solidariedade e da Segurança Social, Marco António Costa, inaugurou na quarta-feira, 01 de Fevereiro, o Centro de Atividades Ocupacionais (CAO) para pessoas com deficiência, que pertence à Associação de Promoção Social, Cultural e Desportiva de Fornos de Algodres (APSCDFA), uma obra de grande alcance social dirigida a pessoas especiais, que aqui têm acolhimento e dignidade.
Na sessão – em que participaram várias entidades oficiais locais, distritais e regionais, utentes e seus familiares, Executivo Municipal e eleitos da Assembleia Municipal e funcionários da instituição – o Presidente da Câmara Municipal, José Miranda proferiu um eloquente improviso, onde confessou ter de “desabafar muito do que vai na alma” sobre o trabalho desenvolvido, as dificuldades e esforço que tiveram de ser ultrapassados para a concretização desta obra”.
José Miranda sublinhou que “o interior do país vive problemas graves de sobrevivência e esta obra, construída com apoio da comunidade de fornenses residentes nos Estados Unidos que para isso realizaram festas e outra iniciativas, é importante neste contexto pois que se trata de um equipamento para servir uma camada da população que precisa de maior protecção” numa alusão às pessoas com deficiência.
Recordou ainda que, para a sua concretização, a instituição passou “por dificuldades imensas” sendo que o concelho de Fornos de Algodres “vive os problemas estruturais que vive o interior do país mas onde a Câmara Municipal tem desenvolvido trabalho com vista à qualidade de vida das populações que serve”, sublinhando que uma das principais preocupações da autarquia é referente ao apoio e fomento da criação de emprego.
“Já construímos um hotel, já construímos outro hotel com termas, estamos a desenvolver o projecto de um parque Zoológico, implantámos infra-estruturas básicas nas freguesias e anexas, melhorámos as acessibilidades e estamos empenhados na criação de iniciativas geradoras de emprego”, expressou.
Sobre o CAO, o Presidente do Município disse que orçou em cerca de 1,3 milhões de euros apoiados em 650 mil euros pelo programa PARES e apoio da comunidade de Fornenses nos Estados Unidos.
“A obra é de todos nós, é a realização de um sonho de há uma década”, disse para lamentar, em tom de crítica, que nos últimos anos “ o que foi pedido (via Centro Distrital de Segurança Social) por esta instituição que celebra 25 anos a 7 de Fevereiro, foi parar ao caixote do lixo e nem pedidos de carrinhas, nem protocolos foram atendidos ou satisfeitos ou tiveram andamento, apesar de a APSCDFA envolver 330 utentes e 64 postos de trabalho nas valência de infância, juventude, apoio à terceira idade e pessoas com deficiência. O CAO tem cerca de 50 utentes”.
José Miranda condenou “quem fez politica com a caridade ou entrega sacos com alimentos em tempos de campanhas eleitorais” e chamou a atenção para a situação da Misericórdia de Fornos de Algodres reclamando a concretização de um acordo de cooperação com a Segurança Social, que não foi concretizado nos últimos três anos e que defendeu para “cabal cumprimento da acção da instituição que somente tem quatro utentes abrangidos”.
Defendeu ainda a realização de “fiscalizações a instituições que continuam a aldrabar” e expressou que “ enquanto no caso de Fornos de Algodres os pedidos das instituições não foram ouvidos nem atendidos e foram para o lixo, há outras instituições que têm quatro ou cinco utentes e têm carrinhas à porta e protocolos celebrados, o que é lamentável”.
O Presidente da Câmara Municipal de Fornos de Algodres referiu-se à situação da antiga Casa do Povo com a qual existe um contrato de comodato por dez anos desde 2005, onde funciona o ATL entre outras actividades e que pretende vir a ser prolongado por mais tempo para que sejam realizadas obras, além das já efectuadas, que permitam a sua vitalização e conservação de forma útil para os cidadãos.
O Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social, Marco António Costa, afirmou por seu turno que os utentes são a razão da existência das instituições e prestou, na circunstancia, homenagem à Igreja Católica pelo “papel que tem desempenhado como baluarte dos valores sociais deste país”.
O governante adiantou que “só em cooperação conjunta é que podemos alcançar soluções para a nossa sociedade” e, nesse sentido, salientou o protocolo celebrado com a União das Misericórdias, a Confederação Nacional das Instituições Sociais e União das Mutualidades, na mesma semana em que foi assinado o acordo com os Parceiros Sociais porque, segundo frisou “este Governo prescinde de ser um Governo centralista”.
Anunciou também a atribuição de 50 milhões de euros para auxiliar instituições que se encontram em dificuldades afirmando que “ só estamos a gerir aquilo que nos está entregue pelo povo e por isso tem de ser gerido com critério e justiça.
Sobre a inauguração do CAO de Fornos de Algodres, a que presidiu, Marco António Costa comentou que efectuar este tipo de actos, “para um membro do governo é a coisa mais fácil mas o certo é que atrás da obra está muito trabalho e esforço. Por isso a obra é dos portugueses, é dos cidadãos, porque o dinheiro é dos contribuintes”.
O Secretário de Estado da Solidariedade e Segurança Social rematou dizendo: “Não temos tempo para falhar porque, se falharmos, não temos muitas mais oportunidades”.
O ato inaugural do CAO de Fornos de Algodres contou com a presença do Director do Centro Distrital de Segurança Social, Jacinto Dias, do Presidente da Assembleia Distrital da Guarda e também da Câmara Municipal de Trancoso, Júlio Sarmento, o deputado do PSD na Assembleia da Republica, Carlos Peixoto, o Presidente do Crédito Agrícola de Fornos de Algodres, José Fernando Tomás e o Provedor da Misericórdia de Fornos de Algodres, Agostinho Dias, técnicos da Segurança Social e autarcas.