Modernização da Linha da Beira Alta

Visita às obras em curso com os Presidentes da Câmara

Prorrogação do Prazo para reabertura da circulação entre Pampilhosa e Guarda

O Presidente da Câmara Municipal de Fornos de Algodres, Dr. Manuel Fonseca, esteve presente na reunião, promovida pela Infraestruturas de Portugal, com as autarquias servidas diretamente pela Linha ferroviária da Beira Alta, que se realizou, esta terça-feira, 25 de outubro, no estaleiro da Mota-Engil em Abrunhosa a Velha.

Na reunião foi apresentado o atual ponto de situação das diversas empreitadas, as características técnicas especificas dos trabalhos executados, e o plano de intervenções que está a ser delineado de modo a se conseguir concretizar o grande objetivo que é dotar a Linha da Beira Alta de um serviço de transporte ferroviário mais moderno, seguro e ambientalmente sustentável.

A Infraestruturas de Portugal informou os autarcas que o encerramento à circulação ferroviária do troço entre Pampilhosa e Guarda, ocorrido em abril passado, permitiu viabilizar a concretização das intervenções planeadas em segurança e com muito maior eficácia do que teria ocorrido com a linha em exploração.

A Infraestruturas de Portugal detalhou aos autarcas presentes e aos seus representantes os restantes constrangimentos que têm impactado diretamente com a execução das empreitadas. Os impactos decorrentes da pandemia Covid19, o prolongar da guerra na Ucrânia, que tem afetado fortemente o mercado da construção, designadamente no tocante à disponibilidade e prazo de fornecimento de materiais de origem ferrosa e as dificuldades sentidas pelos Empreiteiros na contratação de subempreiteiros, obrigam a constantes adequações do Plano de Trabalhos, o que contribui de forma decisiva para a necessidade de prolongar o período de encerramento à circulação ferroviária na Linha da Beira Alta.

Realça-se que estava já previsto durante o resto do ano de 2023, o encerramento à exploração no período noturno e nos fins de semana, face à complexidade dos trabalhos.

Já no decorrer da empreitada, em setembro de 2021, a IP foi confrontada com a Declaração de Impacto Ambiental relativa à Duplicação do IP3, Coimbra – Viseu, que não validou a nova Variante a Santa Comba Dão, tendo sido antes aprovada a solução de duplicação do atual troço do IP3. Esta decisão obriga à demolição da atual obra de arte (viaduto) da Linha da Beira Alta no cruzamento com o IP3. A IP, perante a necessidade de, num futuro próximo, se ver obrigada a voltar a ter que encerrar a LBA para proceder à demolição da atual obra de arte e à construção de uma nova, decidiu avançar com a execução imediata destes novos trabalhos. Neste sentido, foi incluída a demolição da atual obra de arte e a construção de uma nova, já preparada para a duplicação do IP3, na empreitada em curso entre Santa Comba Dão e Mangualde. Esta intervenção iniciou-se no corrente mês de outubro, tendo um prazo total de execução de 270 dias.

Tal facto, associado aos constrangimentos referidos anteriormente, determina que não é possível reabrir o serviço no próximo mês de janeiro, sendo necessário prolongar a interdição do serviço ferroviário.

Relativamente ao transporte de passageiros, até à reabertura da circulação ferroviária, irão continuar a ser garantidos aos clientes da CP, os transportes rodoviários alternativos, que vão permitir às populações a manutenção de um serviço de transporte de qualidade.

Modernização da Linha da Beira Alta – Maior mobilidade, segurança e sustentabilidade ambiental

A modernização integral da Linha da Beira Alta, integrada no Corredor Internacional Norte, reveste-se de elevada importância na requalificação da Rede Ferroviária Nacional, disponibilizando às empresas e passageiros um transporte ferroviário mais eficiente nas ligações ferroviárias inter-regionais bem como na ligação a Espanha e restante Europa, nomeadamente pelo:

– Melhoria das condições de mobilidade e acesso dos passageiros, através da remodelação das diversas Estações e Apeadeiros, incluindo o alteamento, alargamento e o prolongamento de plataformas.

– Redução de tempos de percurso

– Reforço da segurança

– Infraestrutura ferroviária dotada com os mais modernos equipamentos de controlo, sinalização e telecomunicações

– Requalificação e Supressão de todas as Passagens de Nível.

– Aumento da capacidade (aumento em cerca de 20% do número de comboios a circular por ano e para mais do dobro da capacidade em número de toneladas/ano)

– Ambientalmente mais sustentável (uma redução de emissões de mais de 120 milhões de tonCO2eq até 2046)

A Ação 2015-PT-TM-0395-M – Linha da Beira Alta (Pampilhosa-Vilar Formoso: Projeto e Obra, foi aprovada ao abrigo do Programa CEF (Mecanismo Interligar a Europa) com uma taxa de cofinanciamento de 85%.