Aberto procedimento de classificação do Castro de Santiago

Foi publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 80 de 26 de abril de 2022, o Anúncio n.º 82/2022, relativo à abertura do procedimento de classificação do Castro de Santiago, em Figueiró da Granja, freguesia de Figueiró da Granja, concelho de Fornos de Algodres.

João Carlos dos Santos, Diretor-Geral do Património Cultural, por despacho de 22 de fevereiro de 2022, torna público que, sob proposta da Direção Regional de Cultura do Centro, de 6 de outubro de 2021, foi determinada a abertura do procedimento de classificação do Castro de Santiago, em Figueiró da Granja, freguesia de Figueiró da Granja, concelho de Fornos de Algodres, distrito da Guarda.

O Castro de Santiago está em vias de classificação, de acordo com o n.º 5 do artigo 25.º da Lei n.º 107/2001, de 8 de setembro.

https://www.culturacentro.gov.pt/pt/noticias-e-eventos/classificacao-do-patrimonio-castro-de-santiago/

Prazo para apresentação de reclamação – Ao abrigo do n.º 3 do art.º 191.º do CPA (15 dias úteis) – 17 de maio de 2022
Prazo para apresentação de recurso – Ao abrigo do n.º 2 do art.º 193.º do (CPA 90 dias corridos) 

Elementos relevantes 1 e 2

ENQUADRAMENTO HISTÓRICO

O Sitio Arqueológico do Castro de Santiago situa-se na Freguesia de Figueiró da Granja, Concelho de Fornos de Algodres. 

Implantado a 612 metros de altitude, o sitio disfruta de grande domínio visual sobre a paisagem envolvente, que se estende até ao sopé da Serra da Estrela. Beneficiando de vertentes de declives bastante acentuados a Norte, Oeste e Este, o sítio apresentava, à partida, boas condições naturais de defesa.  

O povoado fortificado do Crasto de Santiago tem dois recintos definidos por duas muralhas construídas com pedras de granito sem aparelhamento, apesar de algumas terem uma morfologia que comprova o aperfeiçoamento das mesmas. 

Estas muralhas aproveitam a configuração natural dos batólitos graníticos para a sua disposição e morfologia. As escavações mais extensas, quer em área quer em período de tempo, decorreram no recinto interior. Neste foi possível identificar duas fases de ocupação no Calcolítico para as quais se definiram diferentes áreas de atividade e duas cabanas para cada um desses momentos. 

No recinto exterior foram realizadas várias sondagens, que permitiram documentar a sua ocupação, mas de uma forma menos intensa. Foi contudo possível registar a existência de uma segunda linha de muralhas que definia o recinto exterior. 

No recinto interior foi ainda registada uma ocupação medieval. O topónimo Santiago poderá eventualmente relacionar-se com essa ocupação, já que o local se encontra numa tradicional via de peregrinação a Compostela. Foram também recuperados vestígios de uma breve passagem de populações durante o Bronze Final, comprovada por alguns fragmentos de cerâmica decorada. 

Recentemente o Castro de Santiago foi incluído como Geomonumento do Geopark Estrela classificado como GeoPark Unesco.