Matança

População: 243 Habitantes

Dista da Sede de Concelho: 9,4 km

Área: 13,82 km²

Orago: Santa Maria Madalena

É uma das mais antigas povoações do concelho; há quem a faça remontar à época dos romanos. Efectivamente estando situado entre dois rios, sobre cada um deles ainda hoje existe uma ponte romana.
A ponte sobre o rio Carapito, que vem da serra da Lapa, é de dois arcos e muito elegante, outrora ligada á povoação por uma calçada romana, de que também ainda existem vestígios.
O nome de Matança vem-lhe de um encarniçado combate ali travado, segundo uns, entre romanos e bárbaros (alanos?) e, segundo outros, entre cristãos e árabes. Desta segunda opinião é um manuscrito em poder do Sr.Padre Pinto Ferreira, segundo este manuscrito, passando Almansor com as suas hostes por Aguiar da Beira, e tendo destruído o convento do Sismmiro, marchando para o Sul, pelo vale do Dão iam assolando, incendiando e matando quanto encontravam no seu caminho.
Ao presenciarem tantas calamidades, muitos capitães cristãos se reuniram e procuraram fazer-lhe frente numa planície que ainda hoje tem o nome de «Campo do Desbarate», na povoação do Souto de Aguiar; mas os cristãos foram vencidos sendo mortos alguns dos principais cavaleiros com muitos soldados a pé.
Continuando os mouros a sua marcha para o Sul, reuniu-se um maior número de cristãos e caíram de improviso e de noite sobre eles, infligindo-lhes uma grande derrota, e morreu grande número de sarracenos. O lugar em que se feriu este combate ficou conhecido pelo nome de Matança.
Os que opinam que tenha sido o combate entre romanos e bárbaros, fundam-se na tradição local que assim o conta, dizendo-se que os romanos, repelindo os bárbaros, fizeram neles tão grande mortandade que ao sítio se ficou chamando «Matança Grande”. Abonam-se estes ainda com a tradição de que existiu no sítio, até ao fim do século passado, uma lápide romana alusiva ao facto.
No tempo das lutas liberais deu-se nesta terra um acontecimento horroroso de canibalismo político. Como o abade, de nome Garcia, ou Barros, professasse ideias miguelistas, numa reacção liberal os «carracas do caco» vindos dos lados da serra da Estrela, assaltaram-no na igreja, em dia de S. Bartolomeu, no próprio momento em que celebrava a missa; arrancaram-no do altar e revestido dos paramentos litúrgicos, fizeram-no percorrer de joelhos o adro da igreja, ao mesmo tempo que lhe foram cortando as orelhas os dedos das mãos, para afinal acabarem de matar no caminho de Algodres, arrancando-lhe do peito aberto o coração vivo e palpitante. (Páginas de Sangue, por Sousa e Costa, pág 53).
O concelho de Matança, que pertencia à Comarca de Trancoso, foi extinto e incorporado no de Fornos em 1836, com todas as suas propriedades camarárias.

Brasão

Escudo de púrpura, uma espiga de trigo e uma espiga de milho, ambas de ouro e postas em pala e uma picareta e um maço de prata, com cabos de ouro passados em aspa, tendo brocante um cinzel de prata posto em pala, tudo bem ordenado; em contra-chefe, ponte de um arco de prata, lavrada de negro e firmada. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «“MATANÇA“ - FORNOS DE ALGODRES».

Notas Históricas

O Pelourinho

Enquadramento

Urbano, isolado, em terreno um pouco desnivelado, delimitado pela Ec. 1O92 – 1 a O. e, por construções rústicas descaracterizadas, integrando dois chafarizes e um tanque.

Descrição

Soco constituído por três degraus octogonais, estando o primeiro semi-enterrado no solo. Coluna de fuste octogonal com base quadrangular chanfrada nos ângulos, com capitel de secção octogonal em forma de pirâmide truncada invertida, antecedido por anel saliente, funcionando como base da gaiola.
Esta é constituída por quatro peças de cantaria que inflectem nos ângulos e que apresentam, ao centro, dois orifícios semi-circulares sobrepostos. Chapéu em forma de pirâmide truncada de secção octogonal coroada por esfera.

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