ArqueologiaOcupação pré-históricaOcupação romanaoutros vestígios

Com mais de cinco mil anos de história, Fornos de Algodres preserva um importante património histórico-arqueológico, desde os vestígios monumentais e artísticos aos de carácter mais singelo, mas igualmente importantes e que marcam a evolução da presença humana na região, desde a Pré-História à actualidade. Os Dólmenes ou Antas são vestígios mais antigos da Pré-História do concelho. Tinham uma função essencialmente funerária e religiosa, reflectindo a prática do culto dos mortos no seu interior, por vezes decorado com pinturas ou insculturas abstractas ou cenas da vida quotidiana.

O Dólmen de Corgas da Matança, a 2 Kms a norte do Furtado, é formado por uma câmara poligonal de nove esteios, tendo cerca de 4 m de altura, datando do Neolítico. A Este, na estrada que liga Algodres a Maceira, está o Dólmen de Cortiçô, outro exemplo de arquitectura megalítica da região. Na povoação de Forcadas pode visitar-se uma necrópole medieval situada entre a aldeia e a ribeira, sendo composta por 25 sepulturas escavadas na rocha.

Em direcção a Queiriz, na Fraga da Pena, encontrará um importante povoado pré-histórico da Idade do Bronze, que apresenta uma imponente estrutura defensiva. No seu interior foram encontrados objectos de uso quotidiano (cerâmicas, machados de pedra, pontas de flecha) e de carácter religioso e adorno (pendente de colar e ídolo).

Em Maceira pode ser visto um troço de calçada romana que liga esta povoação à de Sobral Pichorro.

Caminhando mais para Sul, é possível visitar o Castro de Santiago, outro povoado fortificado da pré-história, datando da Idade do Cobre. Para além da grande muralha são visíveis vestígios de cabanas que seriam construídas com ramagens.

Voltando à Idade Média, em Vila Ruiva, entre Fornos de Algodres e Gouveia, é conhecida outra Necrópole Medieval formada por 22 sepulturas escavadas na rocha.

Em Fornos, junto à Capela de Nª Sra. da Graça, preserva-se um troço de uma calçada romana pertencente à rede viária centrada na ligação de Mérida a Viseu, que passava por Idanha-a-Velha e Guarda. Ainda do período Romano, são de visitar a lápide de Infias dedicada ao deus Mercúrio (incrustada na parede da igreja local) e a Ara Votiva epigrafada do Séc. III, na Capela de S. Clemente, no Furtado.

Em Algodres, para além do busto do “Algodres”, gravação em pedra nas traseiras da capela-mor da Igreja Matriz e que, segundo a tradição, seria o fundador da povoação, poderá observar o portal gótico da mesma igreja, com padrões de medida gravados na coluna da esquerda, sendo igualmente interessante observar o Pelourinho Manuelino. O património legado pelas sucessivas épocas e civilizações que ocuparam este território e que se manifesta não só ao nível da arqueologia (os castros, os monumentos megalíticos, as necrópoles rupestres), mas também em termos arquitectónicos e artísticos (os monumentos religiosos, os palacetes, os pelourinhos, as pontes romanas), e em termos culturais (as tradições, usos e costumes), é particularmente rico.

Entre aquilo que aqui não foi referido merecem a sua visita o Lagar de Azeite da Casa do Cabo/Museu Etnográfico em Cortiçô e o Moinho de Vento em Maceira.