Fornos é Natureza – Balanço 2019 Observação de Aves

Desde sempre a Câmara Municipal de Fornos de Algodres viu na área ambiental, nas suas mais variadas vertentes, uma aposta, não de futuro, mas de presente. Não por moda ou interesse, mas porque sempre acreditou que a preservação do nosso habitat e a sua potenciação é essencial ao nosso desenvolvimento futuro.

Nesta perspetiva, faz agora um ano que começámos a elaborar um plano para potenciação, no concelho, da área de observação de aves. Acreditamos ser uma aposta ganhadora, num sector com cada vez mais interesse e, ainda por cima, sustentado num nicho de mercado com um poder de compra normalmente acima da média e que engloba várias valências, desde o ambiente e sustentabilidade à fotografia de natureza ou ao simples usufruto do magnífico património natural que temos para oferecer.

Tudo estava por fazer e este foi um ano de consolidação. Havia que fazer um levantamento das espécies existentes no concelho, tanto residentes, como invernantes e migradoras. Havia que estudar o potencial de observação um pouco por todo o território, identificando hotspots e maneiras de os potenciar turisticamente. Havia que aportar know how, chamando ao projeto pessoas da área que pudessem funcionar como mais-valias para o mesmo. Havia que estudar parcerias e começar a trabalhar Fornos de Algodres como destino associado ao “birdwatching”. Finalmente, havia que começar a realizar eventos que nos pudessem comprovar que foi uma aposta ganha.

Hoje, um ano depois, é com imenso agrado que vemos a nossa a aposta cada vez mais consolidada e, mais importante ainda, o conceito que nos trouxe até aqui e nos fez apostar no sector, acreditamos, provou-se de imenso valor acrescentado.

Chamámos ao projeto gente local, com conhecimentos na área, para fazer um levantamento exaustivo das aves presentes no nosso concelho e dos melhores locais para as observar. Estabelecemos um protocolo de cooperação, no dia 20/02/2019, com o CERVAS – Centro de Ecologia, Recuperação e Vigilância de Animais Selvagens que, para além de ajudar uma associação que se dedica à recuperação de fauna – o que, já por si, seria valoroso – permitiu-nos associar ao projeto o Ricardo Brandão, responsável pelo CERVAS e um dos maiores especialistas, a nível nacional, na área da avifauna.

Sempre numa perspetiva de cooperação regional e de potenciação conjunta, procurámos e conseguimos colaborações do CISE – Centro de Interpretação da Serra da Estrela, do ICNF – Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, da SPEA – Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves, e do Geopark Serra da Estrela.

Foram realizados colóquios, passeios para observação de aves, exposições e foi chamado ao projeto o Agrupamento Escolar de Fornos de Algodres. Recebemos pessoas do Porto, de Lisboa, do Alentejo e, inclusive, de técnicos do ICNF. Muitas delas nunca tinham estado no concelho e não conheciam, minimamente, o nosso potencial, em termos de turismo de natureza, no geral, e no que respeita à observação das aves, no particular. Há um ano acreditávamos ser possível. Hoje, já temos a certeza que Fornos de Algodres pode, efetivamente, tornar-se relevante na área. Todos os indicadores mostram isso mesmo. Mas não nos iludamos, ainda há um longo caminho a percorrer.

Estamos, agora, preparados para dar mais um passo em frente. Envolver cada vez mais pessoas locais, chamar à participação a própria população. Fazê-la ver, através de uma comunicação leve, atrativa mas também didática, da importância da preservação do nosso meio ambiente, nas suas mais variadas valências, para a potenciação futura do concelho. Estamos preparados para, cada vez mais, realizarmos eventos de relevância nacional, acompanhados pelos melhores especialistas. Estamos, enfim, preparados para, a partir de agora, nos podermos candidatar a programas ou fundos -nacionais e/ou comunitários – que nos permitam desenvolver, cada vez mais, esta aposta, com a constituição de pontos de observação, placas informativas, percursos pedestres temáticos, devidamente assinalados.

Queremos e podemos tornar-nos “key players”, a nível nacional, com um projeto de elevado retorno e onde o investimento é deveras reduzido, para tal potencial. De facto, só temos de aproveitar as condições naturais de que dispomos. As aves aí estão e aí continuarão a estar, o nosso património natural e paisagístico também aí está e aí continuará a estar. Basta preservar e valorizar o que temos e, para isso, contamos com todos.

Seja Consciente, Pense no Ambiente.

III Passeio de Observação de Aves
ODS17